sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Intervenção federal: O que é a 'medida extrema' do presidente Michel Temer

Toda responsabilidade pela segurança no Rio de Janeiro, que era obrigação do Estado, agora está subordinada ao presidente Michel Temer, nas mãos de um interventor. É a primeira vez desde a promulgação da Constituição, em 1988, que há uma intervenção federal decretada.
O interventor da área de segurança pública no Rio de Janeiro é o general Braga Neto. Isso significa que é ele quem comandará a Secretaria de Segurança Pública, as polícias e os bombeiros do Estado.
Na prática, entretanto, a mudança só deverá vir após um estudo. De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, será feito um levantamento de dados para que seja traçada uma estratégia de combate à violência.
O Estado fluminense vem assistindo a um avanço nos números de mortes por policiais, roubos de rua e de veículos desde 2012.
De imediato, a presença de mais militares nas ruas, como deve ocorrer, tem efeito pontual de aumentar a sensação de segurança dos moradores.
As Forças Armadas no Rio de Janeiro não são novidade. Grandes eventos, como a Jornada Mundial da Juventude e os Jogos Olímpicos, foram acompanhados por integrantes do Exército.
De acordo com Temer, as circunstâncias exigem essa "medida extrema".
Os senhores sabem que o crime organizado, quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo País e ameaça a tranquilidade do nosso povo.
O presidente acredita que conseguirá colocar ordem no Estado.
"Nossos presídios não serão mais escritórios de bandidos, nem nossas praças continuarão a ser salões de festa do crime organizado. Nossas estradas devem ser rota segura para motoristas honestos, nas vias, e nunca via de transporte de drogas ou roubo de cargas", disse.
O ministro da Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, minimiza preocupações com o aumento à tolerância aos regimes militares. "As Forças Armadas jamais foram ameaça à democracia, em qualquer tempo após a redemocratização. Ameaça à democracia é a incapacidade das estruturas policiais que são de competência dos estados", afirmou.
A medida que já está em vigor depende de aprovação do Congresso Nacional. A previsão é que o decreto com validade até dezembro seja apreciado pelos parlamentares na segunda-feira (19).

Nenhum comentário:

Postar um comentário